Uma das palavras mais usadas nos últimos tempos é espiritualidade.

Nós vivemos numa época de incríveis descobertas e nunca estivemos tão conectados uns aos outros, mas ao mesmo tempo, nunca se viu tantas pessoas sozinhas, insatisfeitas, procurando um rumo e um equilíbrio para suas vidas.

Vivemos em uma sociedade materialista que nos ensina a “ter”, colocando de lado o “ser”. Todo mundo quer ter felicidade, ter amor, ter alegria e acabam buscando esses valores no mundo exterior. A espiritualidade é uma conquista do mundo interior. Diferente do que muitos pensam, não é religião, misticismo ou encontrar Deus, é o encontro com você mesmo.

O caminho da verdade espiritual é um processo de libertação interior. Existem vários caminhos para se atingir a paz interior, o equilíbrio e o descobrimento da nossa espiritualidade.

A crise das instituições religiosas tradicionais abriu caminho para uma nova espiritualidade menos preocupada em seguir o modelo de uma religião, mas sim em combinar diferentes tradições, levando em conta a liberdade do indivíduo em busca do seu caminho espiritual.

Essa tendência apresenta um risco de superficialidade (porque você acaba não se dedicando a nenhuma por inteiro), mas possui um aspecto positivo: faz de cada um o sujeito de suas próprias escolhas. Toda religião genuína nos traz uma parcela de verdade que, algumas vezes, é destorcida pela interpretação pessoal.

É preciso compreender que não basta ir à igreja, rezar, cantar, pregar, dar dinheiro aos pobres, fazer cursos e/ou terapia para encontrar a espiritualidade. É necessário ter uma compreensão da verdade espiritual e colocá-la em ação nas nossas vidas cotidianas. As palavras, os ensinamentos e as diferentes terapias têm como objetivo colocar o indivíduo em contato consigo mesmo, com sua essência, e estabelecer a ligação com sua alma. Cabe a cada um de nós compreender e fazer o nosso próprio caminho.

A caminhada abre as portas da intuição e alarga os sentimentos, porém, mais importante do que chegar, é ir. A viagem exterior é apenas o símbolo de uma viagem interior, por isso, não importa qual seja a sua religião, seu Deus ou sua crença, as diferentes religiões não são excludentes, mas sim, complementares.

Quando procuramos, com intenção pura, recebemos as respostas apropriadas e encontramos dentro de nós a nossa própria espiritualidade. Siga sua intuição e a bússola espiritual que há em você, encontrando então, o seu Deus; não fora de você, mas fazendo parte de você.

Myriam Durante
Psicoterapeuta e hipnóloga