Em 01/08/2013, o site Saúde Plena publicou a matéria “Estresse no trabalho: quando a pressão ultrapassa o cansaço” da psicoterapeuta e hipnóloga Myriam Durante. Confira!
“O que você quer ser quando crescer?” é uma das perguntas mais ouvidas por crianças ao longo da infância. Professor, advogado, bombeiro, ou qualquer que seja a resposta, ela definitivamente não vem seguida pelo adjetivo estressado ou infeliz. No entanto, é assim que a grande maioria dos trabalhadores se sente – ao menos por um período de sua vida profissional. O grande problema é quando a ansiedade, irritabilidade e insatisfação aumentam a ponto de tirar da pessoa a possibilidade de controlá-los, prejudicando a saúde física e emocional de quem as sente.
Pode parecer que não acontece com frequência mas, depois dos acidentes físicos como luxações, fraturas e traumatismos – típicos da construção civil e setores semelhantes -, as reações graves ao estresse representam alguns dos acidentes de trabalho mais registrados pela Previdência Social. Os registros comprovam que mais do que sintomas, levados para casa ocasionalmente, o estresse pode trazer consequências sérias para a vida das pessoas com ocupações laborais.
Em 2011, 6.482 acidentes foram contabilizados – sendo que 54,5% deles aconteceram na região Sudeste. Só no primeiro quadrimestre de 2013, 1.273 benefícios auxílio-doença foram concedidos por esse mesmo motivo. Os casos de episódios depressivos no país também estão concentrados, em grande maioria, na mesma região. Cerca 61% dos 3.957 acidentes de 2011 aconteceram entre os estados que compõem o centro financeiro do Brasil.
A cobrança de chefes, colegas e do próprio mercado estão entre as principais causas de tanta tensão. De acordo com uma pesquisa, divulgada pelo Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom), esse ano, o motivo que mais causa estresse entre os brasileiros (38%) é a convivência com chefes e colegas agressivos ou mal humorados. “As pessoas ultimamente têm tentado ser politicamente corretas e eu acho isso muito errado. Às vezes você deixa de falar uma coisa que te incomoda em um colega só porque trabalha com ele. Isso é errado. Não é para sair brigando, mas sim para descobrir uma maneira de se colocar para essa pessoa”, pontua a psicoterapeuta e presidente do Ipom, Myriam Durante.
A pesquisa ainda indica que 43% dos entrevistados acham o ambiente de trabalho péssimo e 65% já gostaram mais do que fazem e se sentem infelizes no trabalho. Entre os motivos de insatisfação, abaixo dos problemas de relacionamento, está o excesso de trabalho (com 23%). A pressão por resultados vem em seguida (18%), na frente de busca por perfeição (11%). O medo de demissão (7%) ficou por último. Para a presidente do instituto os dados são indicativos de que as pessoas ainda têm se preocupado mais com as pressões externas do trabalho que com sua qualidade de vida.
O vilão
O trabalho é o principal causador de estresse no país. Segundo a psicoterapeuta, os brasileiros só perdem para os japoneses entre os povos que mais sofrem com o mal. Os resultados começam a ser sentidos na pele de quem não consegue controlar a ansiedade e irritabilidade. Distúrbios de ansiedade, pânico, depressão, são algumas das doenças que atingem essas pessoas. Myriam chama essa reação de somatização. “Quando você não encontra uma maneira de colocar o que te incomoda para fora, seu corpo encontra ela por você. Bruxismo, dor nas articulações, tudo isso são maneiras que seu corpo encontra de te falar: ‘pare e reveja’, porque você está fazendo alguma coisa errado”, explica.
Confira a matéria original: http://sites.correioweb.com.br/app/50,114/2013/08/01/noticia_saudeplena,144170/estresse-no-trabalho-quando-a-pressao-ultrapassa-o-cansaco.shtml
Sobre Myriam Durante: http://www.myriamdurante.com.br