Segundo pesquisa, 80% dos paulistanos têm dificuldade para dormir



Data: 22 de agosto de 2016   |   Categoria: Imprensa



Em 19/08/2016, Myriam Durante deu uma entrevista para Revista Veja São Paulo, sobre sono. Destacando também pesquisa do IPOM  - Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente. Confira a matéria:

Segundo pesquisa, 80% dos paulistanos têm dificuldade para dormir
A tecnologia contribui para o aumento no índice, já que luz emitida por tablets e smartphones inibem a produção de hormônios que induzem ao sono

O epíteto de “cidade que não dorme” nunca foi tão adequado para São Paulo. Há nove anos, um estudo realizado pelo Instituto do Sono em parceria com a Unifesp com 1 000 moradores da metrópole mostrou que 67% deles tinham dificuldade para pregar os olhos à noite. A instituição acaba de repetir o trabalho com esses voluntários. Agora, oito em cada dez pessoas relataram sofrer algum desconforto, um aumento de 16% sobre o estudo anterior.
Os problemas vão de uma simples insônia a casos crônicos nos quais a vítima fica rolando na cama durante as madrugadas pelo menos três vezes por semana. Isso nos garante o nada honroso título de capital mundial do transtorno, ao lado de Tóquio, no Japão, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Entre os motivos capazes de causar pesadelos nos paulistanos estão fatores bem conhecidos, como stress no trabalho e as horas perdidas no trânsito.

As mulheres representam 60% dos insones, de acordo com o trabalho da Unifesp. “O problema se agrava na menopausa, por causa da variação hormonal”, diz a psicoterapeuta Myriam Durante, presidente do Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente. A questão não afeta apenas adultos: 88% das crianças e adolescentes dormem até cinco horas por noite. “As consequências podem ser déficit de crescimento, hiperatividade e mau rendimento escolar”, diz a especialista.

A tecnologia é um dos fatores que estão fazendo esses índices crescer. “A luz emitida pelos aparelhos inibe a produção dos hormônios que induzem ao sono”, explica a pesquisadora Camila Hirotsu, do Departamento de Psicobiologia da Unifesp. Cada vez mais disseminados, smartphones e tablets tornaram-se parceiros frequentes das pessoas na cama. “Sou ansioso, não consigo sair do WhatsApp nem desligar a televisão, ainda mais em época de Olimpíada”, conta o radialista Roger Furlan. A advogada Fabrícia Freitas percebeu a queda nas notas das filhas Maria Eduarda, de 17 anos, e Maria Clara, de 13, nos últimos meses, por falta de sono.

Agora a dupla vai para a cama às 22 horas. “Substituí a Netflix e o Facebook por quinze minutos de meditação e tudo voltou ao normal”, diz. Além de bocejos e olheiras, as noites mal dormidas podem trazer uma série de prejuízos à saúde. “Repousar menos de sete horas pode provocar obesidade, depressão e, a longo prazo, doenças cardiovasculares”, afirma a médica Dalva Poyares, coordenadora do Instituto do Sono. Localizado na Vila Mariana, o centro é referência na área e oferece atendimento gratuito a cerca de 75 pessoas por dia.

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